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Por Ricardo Violy

A Corrente do Bem


Antes de pensarmos na “corrente do bem”, iremos pensar na corrente contrária. Vamos imaginar que uma mulher acorda pela manhã e nota que perdeu a hora da escola das crianças. Vai até a cozinha e lê um bilhete: “não se preocupe, levei as crianças à escola”, estava escrito pelo marido. Porém, quando ela olha para a mesa onde eles fizeram o seu ‘breakfast’, nota a bagunça que aquilo estava e isso a deixa bastante aborrecida, somando ao fato de ter acordado tarde...

Ao sair de casa para alguns compromissos, logo que abriu a porta vê o cachorro do vizinho fazendo suas necessidades no seu jardim. Sua ira só aumenta e não pensa duas vezes antes chutar o pobre cão que sai em disparada. O vizinho viu o que ela fez e fica muito irritado. Com aquela ira no coração vai para o ponto do ônibus, com destino ao trabalho. Ao entrar no transporte coletivo o cobrador diz que não terá troco para o valor que lhe foi entregue. Como que sendo vingado recebe um insulto dos grandes com direito a palavrões e tudo. O cobrador irritado passa a tratar mal todo aquele que entra naquele ônibus, até que uma senhora, bastante irritada, ao descer daquele veículo torce o tornozelo e cai no chão. Blasfemando e dizendo palavrões solicita por socorro... Um rapaz que ali perto estava corre para socorrê-la mas, ela o xinga, dizendo que ele é muito magro e que poderá se machucar mais ainda se ele tentar levantá-la. O rapaz, solícito e com voz mansa, diz: Não, eu não a deixarei cair, pois tenho força suficiente para levantá-la. Ademais, não suportarei vê-la no chão nem mais um minuto sequer. Então a senhora baixa a cabeça e se deixa ser levantada pelo rapaz que, ainda a conduz para um dos bancos da praça. Ali ele senta ao lado dela e passam a conversar. Ele pede para ver seu tornozelo e vê que não foi nada grave... Você sabe o que aconteceu no instante em que o rapaz fala em voz mansa com a aquela senhora? Exatamente... Aquele foi o instante em que a “corrente do mal” teve o seu fim. Aquela corrente foi quebrada com um ato que não se identificava com ela, um ato de amor e compreensão. E, ainda, iniciou-se a “corrente do bem”. Não pretendo dar conselhos a ninguém neste artigo, mas não é com o mal que se paga um outro mal. Tem que haver o momento do “stop”. E isso depende de mim e de você. Parece que, de acordo com a estória que narrei, tudo começou no momento em que aquela esposa acordou tarde e viu a mesa desarrumada e o cachorro do vizinho sujar o seu jardim. Mas, na realidade, não foi ali o começo de tudo. Me parece que há uma “corrente do mal” acontecendo ao nosso redor a todo momento... Vai depender de mim e de você entrarmos na corrente ou quebra-la. Se estivermos atentos nós seremos aquele que vai quebrar a corrente. Uma vez, no atendimento a uma cliente (sou Graphic Designer), enviamos para a gráfica um material para ser impresso e neste, sem que soubéssemos, havia a informação do telefone com o número errado. O material consistia em papeis timbrados e cartões de apresentação. Somente depois que todo a material tinha sido impresso é que a cliente viu a informação errada. Quando ela me passou o número do telefone, acabou por informar o número da residência dela e não o do consultório. Minha cliente estava bastante irritada quando me avisou que havia informado o número errado. Imediatamente eu assumi que faria o serviço todo novamente e ela não pagaria aquelas novas impressões. “Você faria isso?”. “Mas, por que você faria isso se o erro não foi seu?”. Confesso que fiquei constrangido ao escutar aquelas perguntas. O que veio a minha mente foi isso: Trata-se da “corrente do bem”. Se eu não agir assim a senhora continuará aborrecida e isso não será nada bom, pois sua ira poderá prejudicar alguém. Sua profissão de odontóloga exige que a senhora esteja concentrada para realizar o melhor trabalho na boca dos seus clientes. O único preço que eu solicito para realizar as novas impressões será o seu compromisso em fazer o mesmo por outra pessoa. Não deixe que essa “corrente” seja quebrada na suas mãos. Mantenha-a acontecendo fazendo o bem para outra pessoa. Esse será o preço... Escutei um “com certeza que farei”. Existem coisas que valem a pena fazer. O ‘bem’ é uma delas... porque nós sabemos que o que se planta se colhe. Plante um sorriso e colha outro sorriso. Plante atenção e o receberá de volta. Plante ternura e as pessoas serão carinhosas com você... Plante amor e receberá amor. Porém, tenha paciência, às vezes a vida precisa de algum tempo para produzir o que você vai colher. Serviço: Ricardo Violy é publicitário, graphic designer e web designer. Visite: www.ricardovioly.com


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